terça-feira, julho 11, 2006

Cornada de Cristo
Tudo surgiu de um mal-entendido



Numa análise possível, com os dados até agora disponíveis, o episódio da Cornada de Cristo tem duas atenuantes: a primeira é que foi cometido por Zinedine Zidane, o maior génio do futebol das últimas duas décadas. A segunda é a alegada "ofensa" que Materazzi terá proferido, provocando o acto irreflectido de Zizou. Mas, de acordo com o "Gazzella dello Stronzo", só a primeira atenuante é que se aplica. Aquele diário italiano especializado em cabeçadas de astros da bola a defesas chatos apurou que tudo não passou de uma má interpretação que Zidane fez das palavras do central, que até eram elogiosas.

Já apareceram em todo o lado versões que dizem que Materazzi terá chamado Zidane de "terrorista islâmico", ou atribuído profissões fáceis à sua progenitora. Tudo falsidades! Em realidade, o que Materazzi disse a Zidane foi: "Tu ai una testa descomunale anche il cuore", que traduzido à letra do italiano quer dizer "Tens uma cabeça e um peito gigantes", o que na gíria futebolística transalpina deve ser lido como "És um jogador cerebral e tens muita raça", um elogio portanto.

Ora, acontece que Zidane, que já saiu da Juventus para o Real Madrid há muito tempo, está com o italiano meio enferrujado. Na sua (enorme) cabeça, traduziu a frase de Materazzi para o francês: "Apliquez moi une cacetade avec ta tete gigantésque sur mon coeur", que traduzido livremente quer dizer "Faz a coisa mais idiota que te passar pela cabeça para estragares a tua despedida do futebol". Zizou não entendeu porquê o adversário lhe pedia aquilo, mas fez-lhe o favor. O quarto árbitro interpretou como uma agressão. Injustamente.

A tese é sustentada pelo próprio Materazzi, assim como pela sua família e amigos, que garantem que o jogador do Inter de Milão é incapaz de dizer um palavrão, e muito menos um insulto racista.


"É vero! Ainda ontem a minha família disse isso"


"As personi interpretam-me malle. Por ezempio, quando eu faço cosi, não é manguitos... é gases"


"Grazie, Vostra, por limpares o meu buono nome"